FAU

“Doce Jardim” – programa que articula diálogos sobre a importância das abelhas na cidade vai além dos campi da UFU

Imagem: Doce Jardim instalado no Campus Umuarama, ao lado da biblioteca, inaugurado ano passado

Laboratório de Ecologia e Comportamento de Abelhas (LECA), do Instituto de Biologia da UFU leva as pesquisas para produção de hortaliças na zona rural

A importância das abelhas para a polinização e as vantagens do convívio com as pessoas na cidade ou no campo. Estes são os principais desdobramentos do projeto Doce Jardim, que acaba de completar um ano, em Uberlândia.

Nestes 12 meses de implantação as pesquisadoras, alunos e professores do Instituto de Biologia da Universidade Federal de Uberlândia (INBIO/UFU) ofereceram conscientização nos Jardins instalados no Campus Umuarama e no Campus Santa Mônica. Os espaços escolhidos foram ao lado das bibliotecas.

Em um ambiente agradável, com sombra e muitas flores foram construídas trilhas que permeiam entre ninhos das algumas espécies de abelhas encontradas na cidade. “Temos um trabalho educativo para a conscientização de que as abelhas não oferecem riscos, na verdade o que queremos é mostrar a importância das abelhas para a vida, para o ser humano por meio da polinização que elas realizam”, acrescenta Fernanda Helena Nogueira-Ferreira, pesquisadora do INBIO/UFU e coordenadora do Programa Doce Jardim.

Os Doces Jardins já fazem parte da educação ambiental oferecida nas escolas, basta o agendamento feito pelo Instagram do “Doce Jardim Educativo” e preencher o formulário para agendamento. Os alunos são recebidos por mediadores, pesquisadores e professores que mostram as espécies mais comuns que aparecem nos bairros de Uberlândia e até no centro da cidade, onde há flor ali perto pode tem uma colônia. “A proposta do projeto é despertar na população que todo mundo pode ter uma espécie de planta e cuidar do seu próprio jardim”, comenta a pesquisadora.

Entre as plantas cultivadas nos jardins estão espécies de temperos, como o manjericão, uma das preferidas das abelhas urbanas, como a jataí, que já se adaptaram muito bem com a rotina da cidade, além da abelha jataí, uma das menores encontradas, foram identificadas outras 5 espécies.

O projeto, inspirado na proteção do meio ambiente, divulgação da importância das abelhas e necessidade de preservação, ainda homenageia o geneticista da UFU, com trabalhos publicados mundialmente sobre abelhas, Prof. Dr. Warwick Estevam Kerr.

Da cidade para o campo, os estudos foram para a Zona Rural, ganhou nova vertente e foco abordando a importância das abelhas para a produção de alimentos. Em um sistema agroflorestal, a cerca de 30 km de Uberlândia, em cultivos de tomates e outras hortaliças a polinização proporcionada pelas abelhas é estudada. A área escolhida fica entre eucaliptos e bananais onde são usados diferentes manejos naturais de controles de pragas.

O projeto, junto aos agricultores de hortaliças, foi bem aceito e conta com a vantagem de que este tipo de cultivo não oferece risco de contaminação às abelhas, pois não existe uso de defensivos agrícolas.

Foram plantados 2 canteiros de tomates para identificar quais espécies de abelhas que ocorrem naturalmente na região. “As abelhas sem ferrão, as que temos encontrado presentes no cerrado, se mostraram importantes na produtividade e para a qualidade dos frutos do tomate”, completa a professora e pesquisadora.

Quanto à qualidade do tomateiro os resultados também chamaram a atenção, foram colhidos frutos maiores, com mais qualidade e mais saudáveis. “Agora instalamos um ninho da espécie conhecida por mandaçaia, para avaliarmos se haverá aumento da produtividade”, completa Fernanda Helena Nogueira-Ferreira, pesquisadora do INBIO/UFU.

Por: Cristiane de Paula (jornalista FAU)
Publicado em 16/05/2024 às 10:20

Compartilhe