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Delegado e técnicos da Receita Federal visitam instalações da usina termoquímica da UFU que transformará cigarros em energia elétrica

Equipe da Receita Federal com o professor Solidônio, em visita à Usina Termoquímica no Campus Gloria da UFU, em Uberlândia.

A visita ocorreu na última quarta-feira (26/11) e fez parte do calendário de atividades da Receita Federal para iniciar o acordo de parceria com a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) no projeto da Usina Termoquímica, que está sendo construída no Campus Glória, em Uberlândia. Ela já foi apresentada ao superintendente da Receita Federal, e agora foi a vez do delegado, de técnicos e representantes de todos os setores envolvidos na fiscalização, apreensão e destino de cargas ilegais.   

A iniciativa irá consolidar uma parceria inédita no país: a destinação de cargas apreendidas de cigarros ilegais para geração de energia elétrica de forma sustentável. “A Receita Federal em Minas já tem parcerias para destino das cargas de cigarros apreendidos com uma empresa de outro estado, para produção de adubo, o que onera muito com a logística e transporte. Além disso, nem todos os derivados da caixa de cigarro são aproveitados. Então, para nós, é de grande interesse a parceria com a UFU e de forma indireta, a Receita Federal entra nesse ciclo de energia renovável”, acrescenta Luís Cláudio Martins Henriquez, Delegado da Receita Federal, Uberlândia.    

A usina deve ser concluída até o final do ano e iniciar as operações em 2026. Ela terá capacidade inicial de gerar energia elétrica equivalente ao consumo de até 800 casas populares, processando 300 quilos de cigarros por hora. O excedente poderá ser aproveitado pela Universidade ou integrado ao sistema de distribuição de energia elétrica do estado.  “É muito bom vermos um produto que antes era destruído ser transformado em energia elétrica sem poluir o meio ambiente e, ainda, resolver o problema dos estoques de cigarro que lotam os depósitos da Receita Federal”, acrescenta Kênia Marina Guimarães Silva, chefe da Divisão de Programação e Logística da Receita Federal em Minas Gerais. 

O projeto soma investimentos do Governo de Minas, Fapemig, Finep e Embrapii com apoio dos Ministérios Públicos Federal e Estadual. Os valores ultrapassam R$ 20 milhões, sob gestão da Fundação de Apoio Universitário (FAU), e incluem recursos para a instalação do Parque Tecnológico. “A usina, ao lado do Parque Tecnológico, poderá dar maior oportunidade para as empresas, também interessadas na rota do lixo, a se instalarem aqui e desenvolverem novos equipamentos ou tecnologias para máquinas térmicas, por exemplo. Estamos estudando outras possibilidades de resíduos; já existe demanda, inclusive de empresas fora do país, para iniciar tratativas com Parque Tecnológico para futuros testes aqui no laboratório, na área de tratamento de resíduos”, destaca o coordenador da usina. 

A usina posiciona a UFU e a FAU na vanguarda da transição energética, transformando um passivo ambiental e fiscal em solução inovadora, sustentável e com potencial de replicação em todo o país. Ela servirá como modelo para atender demandas futuras na rota da transição energética. “Estamos falando da geração de energia elétrica em regime de 24h, inclusive para Data Centers, a partir da gaseificação dos resíduos sólidos urbanos diariamente produzidos em nosso país”, completa Solidônio Carvalho. 

Por: Cristiane de Paula (jornalista FAU)
Publicado em 04/12/2025 ás 17:02

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