Inauguração dos Laboratórios Avançados de Estudos com a participação do reitor da Universidade Federal de Uberlândia, alunos do programa de extensão, representante da Prefeitura de Uberlândia e professores da FACOM.
Imagem: Cássio Dias
A parceria foi firmada por meio de um projeto de extensão intermediado pela Fundação de Apoio Universitário (FAU). O primeiro resultado foi a adequação de duas salas no prédio da Faculdade de Computação (FACOM) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A Neo Space, empresa parceira do projeto, é especializada em IA e de referência nacional. Ela investiu nas adequações das salas que possibilitaram na criação de dois Laboratórios Avançados de Estudos (LAE) em Inteligência Artificial (IA). Os alunos participarão de desafios propostos pela empresa e conexão com os mercados nacional e internacional. “O espaço foi pensado não apenas para desenvolvimento de projetos com IA, o principal é oferecer ambiente de estímulo para os alunos da Universidade e estimular a troca de conhecimento e dessa interação surgirem novos talentos, novos projetos e, já percebemos essa mudança no comportamento”, destaca Ana Karolina Schultz, advogada da Neo Space.
As aulas terão início neste sábado (17), na UFU. O projeto ainda vai atender estudantes do ensino médio da rede pública com idade entre 15 a 19 anos que vão se juntar a esse ambiente. As aulas iniciarão no próximo sábado (17), elas serão divididas em módulos presenciais realizadas na UFU com monitoramento de estagiários e professores da FACOM e colaboradores da Neo Space, com trabalhos avançados em desenvolvimento na empresa. Com isso, a UFU e a Neo Space começam a formar a próxima geração de criadores e especialistas em IA. As especializações capacitarão os alunos a entrarem em um mercado com déficit de mão de obra e cada vez mais exigente. A parceria, inédita no país, pretende fazer de Uberlândia o HUB de Inteligência Artificial mais avançado do Brasil. “O que nós vamos ensinar para os alunos da universidade e do ensino médio da rede pública é construir novas IAs, estamos falando de capacitar a criar novas tecnologias, ensinar a partir do zero a arquitetura de Inteligência Artificial para avançar em um poderoso mercado”, destaca o coordenador do projeto e pesquisador da UFU, o professor João Henrique de Souza Pereira.
A iniciativa destaca a UFU no pequeno grupo de universidades que investem em inovação e tecnologias avançadas para alunos da rede pública. De acordo com o Artificial Intelligence Index Report 2024, elaborado pela Universidade de Stanford, dois terços dos países investem na educação em Ciência da Computação, em diferentes níveis de ensino.
O Laboratório de Estudos Avançados (LAE), em parceria entre a FACOM/UFU e Neo Space, tem capacidade para desenvolvimento de estudos além do estado da arte na área de IA. “A formação de talentos é um dos grandes desafios para o desenvolvimento de ecossistemas de inovação no mundo, assim como a colaboração entre diferentes setores. Uberlândia está avançando de maneira sólida nesses dois aspectos, e programas como esses comprovam esse progresso”, destaca Ferdinando Kum, Líder de Comunidade/Voluntário no UberHub.
A cidade de Uberlândia terá potencial para se tornar referência nacional em IA competindo com polos. De acordo com publicação da Microsoft em 2023 apontou que somente 12% dos candidatos às vagas de IA apresentaram qualificação especializada. “Queremos chegar no final do ano com os primeiros talentos que vão turbinar as empresas da região a serem cada vez mais competitivas no mercado mundial de tecnologia em IA, ou até mesmo criarem novas Startups da área e temos chance de sermos referência internacional e chegarmos a ser um Hub referência na criação em IA”, destaca o professor João Henrique da UFU, coordenador do projeto.
Fortalecimento da extensão
Momento de discussão de ideias entre alunos e professor da FACOM no Laboratório Avançado de Estudo.
Imagem: Samuel Amorim
Os novos Laboratórios Avançados de Estudos (LAE) ampliarão a capacidade de formação dos alunos criando ‘super jovens’ da IA: alunos de 12 a 19 anos, todos de escola pública, democratizando o acesso à educação tecnológica ao oferecer aprendizado avançado de programação e, agora, arquitetura Transformer de graça. Para o diretor de operações do UberHub Educação, a soma dos programas é de grande relevância para o fortalecimento do ecossistema de inovação. “Com os LAEs e a expertise da NeoSpace AI e da Facom/UFU, queremos oferecer uma formação de excelência que abra portas e crie oportunidades reais para alunos da rede pública se destacarem como criadores e inovadores em IA. O objetivo é formar uma nova geração de desenvolvedores com sólida base em IA, capazes de não apenas consumir, mas também de criar e inovar com as tecnologias que estão moldando o futuro”, destaca Walber Schwartz, Diretor de Operações do Instituto Uberhub Educação.
O projeto de extensão para formação em IA se somará às atividades do UberHub Code, que já qualificou mais de 9 mil alunos de escolas públicas em programação. No final do ano os alunos formados pelos dois programas somarão conhecimento ampliando o alcance da capacidade de atender a carência do mercado incluindo o desenvolvimento de inteligência artificial.
No Brasil ainda são poucas as instituições públicas de ensino superior que participam de parcerias para ampliar a capacidade de inovação e pesquisa bem como a ampliação de conteúdo para jovens do ensino médio da rede pública. “Essas iniciativas fortalecem significativamente o UberHub (Ecossistema de inovação de Uberlândia), que inclusive já é reconhecido como um dos melhores do Brasil. O Ecossistema forma talentos altamente qualificados, gerando oportunidades tanto em grandes empresas globais, como Google e Instagram, quanto em empresas locais, além de impulsionar o empreendedorismo regional com geração de empregos e inovação”, comenta Ferdinando. Para o coordenador do projeto essas ações integradas entre universidade e empresas alcançando novos talentos das escolas públicas poderá gerar resultados impactantes em áreas mundialmente destacadas. “Acreditamos que nessa velocidade e interação do ecossistema de inovação poderemos ter em 9 anos resultados extraordinários para resolver, no planeta, a pobreza, fome e doenças complexas como o câncer, destaca o professor da UFU.
Por: Cristiane de Paula (jornalista FAU)
Publicado em 15/05/2025 ás 15:35