Em Uberlândia, evento de 40 anos da Fapemig
Foto: Marco Cavalcanti
O projeto “Da Semente à Xícara”, descobriu a fórmula para inovar além do sabor. Com sede no Campus de Patos de Minas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), ele leva os resultados da ciência aplicada na lavoura para uma nova forma de divulgação. Junto com outros 12 projetos, foi eleito como um dos “Projetos Inspiradores” financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
O grupo de pesquisa e extensão do projeto reúne professores, técnicos, pesquisadores e estudantes de diversas áreas do conhecimento, unindo biotecnologia, engenharia de alimentos, ciência da computação e engenharia eletrônica e de telecomunicações. De xícara em xícara, eles levam para feiras, congressos nacionais e internacionais o sabor inovador que a pesquisa proporciona.
Com a parceria do projeto de extensão os pesquisadores melhoraram a classificação dos cafés da região. “A parceria com a UFU surgiu de uma necessidade. Naquela época (2019, início da parceria), falava-se muito em fermentação de café, mas não havia um protocolo claro de como fazer isso da maneira correta”, explica Daniel Bruxel, produtor de café especial e parceiro do projeto.
A seleção de ‘Projetos Inspiradores’ faz parte das ações da Fapemig para comemorar os 40 anos da Fundação como forma de estimular novas formatações de projetos de pesquisa. O projeto reuniu 10 cafeicultores da região de Patos de Minas e, com recursos da Fapemig e gestão financeira da FAU, “A proposta do projeto ‘Da Semente à Xícara’, que resultou no café Porandu, foi uma proposta inovadora e topamos. Esse é um dos papeis da FAU, além do apoio na gestão financeira, nós ainda adquirimos, compramos, os cafés resultado da pesquisa e, o recurso é investido pelos pesquisadores em ações de promoção da ciência em feiras e eventos até fora do Brasil, acrescenta Rafael Visibelli diretor executivo da FAU.
Coordenado pelo professor Matheus Gomes, o grupo vem conquistando espaço cada vez maior. A equipe aplicou Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT) para monitorar a fermentação do café em tempo real, permitindo maior controle sobre variáveis ambientais e bioquímicas durante o processo. “Essas tecnologias possibilitam que os produtores tomem decisões mais precisas e baseadas em dados, melhorando a eficiência produtiva, a rastreabilidade e reduzindo perdas na cadeia produtiva”, destaca o pesquisador Matheus, coordenador do projeto. Com o novo processo, tem sido possível alcançar um sabor superior e maior visibilidade para os cafés desenvolvidos com base em pesquisa e inovação.
O resultado já coloca os produtores parceiros em novos mercados. “É um privilégio ter equipe multidisciplinar da Universidade dentro de nossa propriedade, agrega muito nos processos”, destaca Fernando Naimeg, produtor de cafés especiais, parceiro do projeto, já na quarta safra.
O projeto inclui a compilação de dados, oferecendo aos produtores uma nova visão dos resultados obtidos e maior segurança na tomada de decisões. “Temos condições de saber e escolher qual processo utilizar. O conhecimento é muito importante; você acaba economizando tempo. Temos tido uma repetitividade no perfil sensorial dos cafés, e esse é nosso foco: produzir cafés com padrão e cada vez mais especiais”, completa Naimeg.
A apresentação do projeto aconteceu durante as atividades de comemoração dos 40 anos da Fapemig no último dia 13, na UFU. A solenidade contou com a presença do presidente da Fundação, professor Carlos Arruda e todo o staff de inovação da Universidade e Fapemig e da UFU.
Por: Cristiane de Paula (jornalista FAU)
Publicado em 04/04/2025 ás 17:20